O Câncer

  Uma coisa que me intriga há muito tempo é em relação a doenças, em especial em crianças.

  Como um Deus pode permitir  que uma inocente criança sofra uma doença?

  Como um Deus de amor, possa levar uma criança tão cedo?

  Devido a minha profissão tenho o contato direto com casos assim, é algo triste, porem ao olharmos com os olhos humanos, chega ser repugnante e dificulta a compreensão de um Deus.

  Hoje consegui pensar em uma lógica dentro de uma questão tão abstrata, a vida nada mais é que um estágio, que uma fase de aprimoramento, onde o conhecimento pleno e a compreensão nos foram tirada, por um motivo óbvio.

  Pensamos que toda nossa existência conceitual é dividida por fases. Bebês, crianças, pré – adolescentes, adolescentes, adultos, idosos, etc. Em cada estágio nossas aspirações e desejos se transformam de acordo com a realidade vivida, mas em todos os momentos somos alunos e professores.

  Sempre aprendendo e ensinando, porem com uma tendência que deveria ser natural ao desenvolvimento ”espiritual” sempre se preparando para a única verdade absoluta, inquestionável, a morte.

  Em conversa com um grande amigo cristão  sobre a  questão relacionadas ao existencialismo, obtive a sugestão de leitura de um capitulo da bíblia, que realmente me mostrou a resposta ao dilema, li em diversas traduções e todas deram o mesmo sentido

Daniel 12:13 "Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe".
A mensagem vai muito alem do entendimento cristão sobre o a vida.

  Estamos tão fascinados com as maravilhas da vida que deixamos nossa essência, ou estamos tão abitolados na questão do existencialismo que deixamos de lado as maravilhas da vida.

  Perdemos a tendência do equilíbrio, deixamos de lado o desenvolvimento.

  Dentro do hospital voltado para crianças com câncer, pude ver, que mesmo diante de uma doença tão grave, ainda existia a alegria pura. Sempre que estive lá, brinquei muito e o mais importante, aprendi com elas a forma de encarar essa dificuldade, parecia que naqueles olhos havia a certeza que nada de mal iria acontecer, a serenidade muito superior quede um adulto na mesma situação.

  O mesmo senti ao ver o vídeo de Omayra  Sanshez de 13 anos  que ficou presa  dentro de um grande poço, presa da cintura para abaixo por concreto e outros escombros de casas que foram destruídas, ficou nessa agonia por mais de  3 dias.

O caso ocorreu no povoado de Armero, na Colômbia, depois do que o vulcão Nevado del Ruiz arrasou com o povoado, causando grandes estragos. Muitos dos moradores perderam suas moradias e outros mais, a vida.

Li relatos sobre reportes que estavam lá no momento, Uns que chamou muito minha atenção: - "Em momento algum ela chorou, não nos olhava com súplica, não parecia derrotada, seu olhar tinha muito uma valentia indômita como se nos dissesse, 'ei, eu estou bem!".

Os bombeiros em mais de uma ocasião pronunciavam palavras de ânimo durante as tentativas de resgate:

- "Aguenta ai garota, juramos que vamos tirar você daqui". Ao que ela respondia:

- "Vão descansar um pouco e voltem depois para tirar-me".

No terceiro dia, a uma da manhã, Omayra começou a delirar. Testemunhas assinalam que às três da manhã a menina comentou:

- "Acho que já vou, o Senhor está me esperando". Poucos minutos depois a menor faleceu...

Durante esses dias de agonia, manteve-se pensando somente em voltar a escola e em suas provas, ao mesmo tempo que mandava uma mensagem de conforto a sua mãe.


”Adiós madre”

  Como pode um ser humano que julgamos tão frágeis  manter tamanha serenidade diante a uma situação tão trágica, um adulto jamais suportaria, pois esses são seres (crianças) vieram com o objetivo claro de ensinar e desenvolver a humanidade, porem como já disse, estamos insensíveis as mensagens.

Veja mais sobre o caso de Omayra no link abaixo:
http://viniciusamparo.blogspot.com.br/2013/11/omayra-sanchez.html



Tenho outros que falarei no futuro.


  O desenvolvimento espiritual não tem relação alguma com as doutrinas religiosas.

  As religiões foi a forma encontrada no homem dominar o homem.

  A necessidade de dividir o bem / o mal criou os dogmas e os conceitos, o desejo e a dificuldade de compreender a realidade alheia fez com que as doutrinas virassem adestradoras.

As interpretações sobre a vida, sobre um Deus que deveriam coexistir, passaram a se colidir e o desejo de um a suplêmacia cultural “civilizada” destruiu todo o conceito de desenvolvimento espiritual que existia nas religiões.

  Não podemos generalizar, mas podemos ver que esse desejo de domínio cultural ”religioso” vem aterrorizando a muito tempo com guerras sangrentas ou ideologias do temor.

  O desenvolvimento espiritual deve acontecer de forma singular e dentro de nossa liberdade. A consciência deve ser desenvolvida sabendo que o fim (ou o começo) chegará a todos, afinal a morte é inquestionável.

A necessidade humana de achar “pelo em ovo” que criou esses conceitos de anjos e demônios. A necessidade de dividir o bem e o mal que criou a figura humanizada de Deus e o Diabo.

O desenvolvimento espiritual de nada tem haver com esses personagens humanizados criados pelos homens.O bem e o mal habita dentro de nós.

  E o desenvolvimento do equilíbrio é uma missão individual, que chamamos de livre – arbítrio.

  Nossa consciência é o instrumento julgador, porem no mundo de hoje perdemos totalmente a idéia do que é consciência.

Não seremos julgados pelo que foi escrito pelos homens, não seremos julgados por regras inventadas pelos homens, e sim por nos mesmos.

Por isso parto do principio que o autoconhecimento  é a base desse desenvolvimento, os outros pontos vem de forma natural.

  O conhecimento pleno e a verdade absoluta nunca foram e nunca será dada ao ser humano.

  Apenas viva, creia no que quiseres ou até não acredite  em nada, porem lembre-se a vida termina e você ainda não tem uma explicação para onde iremos. Então faça tudo que ao menos sua consciência esteja leve.

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